Sunday, January 21, 2007

Evasão

A imagem transmite tranquilidade. Ao longe o sol começa a nascer preguiçosamente, espalhando a sua luz ofuscante sobre o infinito horizonte.
Na ilha principal, os imponentes planaltos protegem lealmente a ilha de visitantes indesejados, observando altivamente ao seu redor, quais águias senhoriais.
Nas planícies erguem-se luxuosos coqueiros, timidamente tocados pela brisa matinal.
No solo, crescem pequenas árvores, fraternalmente protegidas pelos magníficos coqueiros, sendo subtilmente beijadas pela límpida e mansa água.

Claúdia Fonseca, 9º ano

Um local idílico

As águas límpidas brilham como esmeraldas, a areia branca e fina lembra-nos a pureza de uma criança. O enorme céu azul delimita o mar, que parece não acabar com a sua grande beleza; em cima dele estão algumas cabanas que nos recordam o amor existente entre o homem e a mulher.
Ana Cristina Ferreira e Catarina Canteiro, 9º ano

Saturday, January 20, 2007

Gelo




O gelo frio ergue-se sobre as águas agitadas, como um imponente deus do oceano que tenta alcançar a liberdade, chegando ao divino Olimpo.
Nesta paisagem gelada contempla-se vida, uma colónia de pinguins que se mantém unida face ao insuportável clima.


(Miguel Duarte e Rui Agostinho, 9º ano)

Cavalos




Os cavalos transmitem um olhar de solidão. O cavalo da esquerda e o do meio estão de orelhas erguidas, em sinal de desconfiança. Eu gosto de ver cavalos no seu habitat natural, sem interromperem o seu quotidiano. Tudo está coberto de ervas e arbustos e um pequeno ribeiro rasga a serra como uma parede musgosa.

(David Cardoso, 9º ano)

Refúgio


Ao longo dos campos verdes e discretos, com vista para o oceano, inicia-se uma escadaria esplendorosa com rumo para outra vida, decorada com pequenas plantas e uma pomba branca, para nos dar as boas-vindas. Lá no fundo da escadaria reluzente e desconhecida, observamos uma luz misteriosamente enroscada no meio das nobres nuvens que maternalmente a acolhem.


Ana Margarida Neto, 9º ano

HAMLET IS BACK .ARNOLD SCHWARZENEGGER .TRAILER . AMDSFILMS

Este é um trailer de um filme com base na peça 'Hamlet', que nunca foi realizado. Se quiserem conhecer a peça, leiam o resumo que a Rute do 7º B escreveu. (Ver próximo post.)

Resumo de 'Hamlet', de William Shakespeare


Há alguns séculos atrás, sobre as ameias do castelo de Elsinor, na Dinamarca, os guardas reais viram o fantasma do rei Hamlet, que tinha sido morto poucos meses antes. O rei Hamlet, depois de ter vencido em duelo Fortimbrás, rei da Noruega, ficou senhor de alguns territórios que pertenciam ao monarca norueguês. Agora o jovem Fortimbrás, filho do velho rei vencido, andava pelos Fiordes da Noruega reunindo homens e navios para poder recuperar essas terras.
Os guardas resolveram pôr o príncipe Hamlet, filho do falecido rei Hamlet, a par da situação. O infante decidiu então ficar de vigília com os soldados para ver o fantasma do seu pai. Ao chegar ao local, o fantasma do rei apareceu e revelou que não tinha sido morto por uma serpente venenosa, mas sim pelo veneno que o seu irmão Claudius, que agora se sentava no trono da Dinamarca, lhe tinha colocado na cavidade do ouvido, enquanto ele dormia no jardim. O motivo do crime era claro: permitia a Claudius casar com a mulher do rei e subir ao trono. O príncipe Hamlet promete ao pai punir o seu tio Claudius pelo assassinato.
Hamlet decide simular que está louco como estratégia para descobrir se, de facto, o seu tio Claudius assassinou o velho rei. Todos pensam que o príncipe tinha enlouquecido: a sua mãe, o tio, Ofélia (a jovem que ele ama) e o pai desta, Polónio. Hamlet comporta-se como um louco na corte da Dinamarca. A certa altura, Hamlet mata Polónio, confundindo-o com um rato, porque o pai de Ofélia estava a espiar o príncipe, a mando do rei. A morte de Polónio chegou aos ouvidos de Claudius, e este, indignado com o sucedido, decide mandar o príncipe para Inglaterra. O rei escreveu uma carta para o rei de Inglaterra pedindo que este matasse Hamlet mal este chegasse. Mas o príncipe descobriu a missiva e resolveu alterá-la. No terceiro dia de viagem, o barco onde ia foi atacado por um navio de piratas. Hamlet ofereceu dez mil coroas para os piratas o levarem de volta a Elsinor.
Entretanto, o filho de Polónio, Laertes, regressou à Dinamarca com a intenção de se vingar do homem que matou o seu pai. Quando lá chegou teve a notícia de que a sua irmã tinha morrido ao tentar subir a um ramo para pendurar grinaldas de flores. O ramo partiu-se, e Ofélia morreu afogada. Com a chegada de Hamlet ao castelo, o rei mobilizou Laertes para matar o príncipe Organizou, então, um torneio de esgrima, preparando o momento para Laertes matar Hamlet. Durante o combate, Hamlet é ferido pela espada envenenada do seu adversário enquanto a sua mãe bebe uma taça de vinho com veneno, que lhe era destinada. A rainha, que estava prestes a morrer, grita para o seu filho que o copo estava envenenado, e morre! De seguida o filho do rei Hamlet fere mortalmente Laertes. Este confessa que a sua espada estava envenenada e que Hamlet também iria acabar por morrer. Além disso, diz que tinha sido o rei a planear tudo para poder matar o príncipe. Hamlet avança para Claudius e trespassa-o com a sua espada envenenada.
Quando o Horácio (um grande amigo do príncipe) vai ter com o filho do rei Hamlet, para lhe anunciar que o jovem Fortimbrás tinha chegado ao castelo, reparou que Hamlet estava prestes a morrer. Foi então que o príncipe decidiu que quem iria subir ao trono era o jovem Fortimbrás, e logo de seguida morre. Por fim é o jovem Fortimbrás que sobe ao trono e são disparadas salvas de artilharia pelo filho do rei Hamlet.


Rute, 7º B

Diário (ficcional) de Salgueiro Maia



Dia 24 de Abril de 1974

Hoje é um dia crucial nas nossas vidas. Estamos no dia 24 de Abril e para amanhã está prevista a maior mudança em Portugal do século XX. Todo o esforço está canalizado para este grande dia. Todos os militares estão conscientes das responsabilidades; mas também persiste o medo, o medo de sermos descobertos, de que tudo falhe como falhou na primeira tentativa de revolução, em Março deste ano.

O ambiente está muito tenso, de cortar à faca. Todos estão a postos, o grande dia aproxima-se e dá-se uma revisão geral no plano. Não é uma revisão de fundo, apenas o suficiente para todos saberem o que fazer.

O grande dia vem aí…


Dia 25 de Abril

O grande dia chegou; o país parou para assistir.

Estava em marcha a revolução que nós tanto queríamos para mudar o rumo do meu país, o país que eu amo. Fomos em direcção a Lisboa. A colocação dos nossos tanques foi estratégica. Passámos por grandes dificuldades mas alcançámos o nosso destino.

Chegámos ao Largo do Carmo onde estava Marcelo Caetano. Cercámos o quartel e encetámos negociações, que foram difíceis. De início, e contra os nossos princípios, tivemos de alvejar as janelas do Quartel do Carmo. O nosso objectivo não era usar armas, mas sim fazer uma revolução. O governo acabou por se render. Vencemos. E a alegria contaminou todos.
No fim, retiraram-me da operação. O General Marques assumiu o comando dos acontecimentos e eu levei Marcelo Caetano até ao exílio.


Dia 26 de Abril

Depois do grande dia, a ordem foi reestabelecida e a população está feliz.

Esperam-nos tempos difíceis a nível político mas também nos esperam a liberdade e a participação portuguesa na vida política. Os anos de repressão acabaram, as pessoas sentem-se leves e a ditadura nunca mais voltará.

O esforço foi grande, a recompensa ainda maior: ver felicidade na vida das pessoas faz-me feliz. Sinto-me um homem normal, mas com o sentido de dever cumprido pois terminámos com a ditadura.

Agora é altura de descansar e aproveitar a liberdade que há muito nos fugia.Viva Portugal, Viva o 25 de Abril.
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Rúben Mateus e Luís Rua, 10º C

Parodiando o Padre António Vieira


O elogio da Sardinha

Quantas pessoas existem na terra que não louvem a sardinha? Aquele peixinho de medidas reduzidas com uma tão grande força e cumplicidade. Aqueles peixinhos que até na hora da morte se mantêm unidos.

Se houve na terra sardinhas com tanta cumplicidade como as do mar foram os batalhões, os exércitos e as tropas militares. Essas sardinhas que enfrentavam qualquer perigo sempre unidas. Essas sardinhas que sozinhas eram facilmente derrotadas, mas unidas eram praticamente invencíveis.

Pois bem, peixes! Este é o conselho do vosso pregador. Unam-se como as sardinhas. Unam-se para acabar com a corrupção da terra. Unam-se para que o sal possa salgar a terra e para que esta se deixe salgar.


Cardume de sardinhas que se matém unido durante um ataque
de tubarões.

Claúdia e Inês, 11º B

Garrett e Azambuja




O escritor Almeida Garrett, figura de proa do Romantismo português, não foi aluno da nossa escola. Mas tal não o inibiu de escrever sobre o pinhal de Azambuja no seu livro Viagens na Minha Terra. Estas impressões celebrizaram Azambuja na Literatura Portuguesa. Parece-nos que estas notas são um bom texto para iniciar o blogue.
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"Aí está a Azambuja, pequena mas não triste povoação, com visíveis sinais de vida, asseadas e com ar de conforto as suas casas. É a primeira povoação que dá indício de estarmos nas férteis margens do Nilo português. [Cap. 2]
[...]
Este é que é o pinhal da Azambuja?Não pode ser.Esta, aquela antiga selva, temida quase religiosamente como um bosque druídico! E eu que, em pequeno, nunca ouvia contar história de Pedro de Mala-Artes que logo, em imaginação, lhe não pusesse a cena aqui perto!... Eu que esperava topar a cada passo com a cova do Capitão Roldão e da dama Leonarda!... Oh! que ainda me faltava perder mais esta ilusão...
[...]
Por quantas maldições e infernos adornam o estilo dum verdadeiro escritor romântico, digam-me, digam-me: onde estão os arvoredos fechados, os sítios medonhos desta espessura? Pois isto é possível, pois o pinhal da Azambuja é isto?... Eu que os trazia prontos e recortados para os colocar aqui todos os amáveis Salteadores de Schiller, e os elegantes facínoras de Auberge-des-Adrets, eu hei de perder os meus chefes d’obra! Que é perdê-los isto — não ter onde os pôr!Isto não pode ser! Uns poucos pinheiros raros e enfezados através dos quais se estão quase vendo as vinhas e olivedos circunstantes!... é o desapontamento mais chapado e solene que nunca tive na minha vida — uma verdadeira logração em boa e antiga frase portuguesa.E contudo aqui é que devia ser, aqui é que é, geográfica e topograficamente falando, o bem conhecido e confrontado sítio do pinhal da Azambuja.Passaria por aqui algum Orfeu que, pelos mágicos poderes de sua lira, levasse atrás de si as árvores deste antigo e clássico Mênalo dos salteadores lusitanos.Eu não sou muito difícil em admitir prodígios quando não sei explicar os fenômenos por outro modo. O pinhal da Azambuja mudou-se. Qual, de entre tantos Orfeus que a gente por aí vê e ouve, foi o que obrou a maravilha, isso é mais difícil de dizer. Eles são tantos, e cantam todos tão bem! Quem sabe? Juntar-se-iam, fariam uma companhia por ações, e negociariam um empréstimo harmônico com que facilmente se obraria então o milagre. É como hoje se faz tudo; é como se passou o tesouro para o banco, o banco para as companhias de confiança... por que se não faria o mesmo com o pinhal da Azambuja?
[Cap. 5]"

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Aqui começa o blogue dos alunos da Escola Secundária com 3º Ciclo da Azambuja. Para saber mais sobre esta instituição de ensino, clique aqui.